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Por dentro da Kings League Brazil: diretora de parceria e conteúdos da Twitch revela os bastidores do fenômeno

Publicado em 20/04/2025 às 18:29
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Em entrevista, Anadege Freitas, comenta sobre a recepção da Kings League no Brasil.

Que a Kings League já era um sucesso, todo mundo sabia. Mas ver o projeto se transformar em um verdadeiro fenômeno no Brasil surpreendeu até os mais otimistas. Desde que estreou em março deste ano, a Kings League Brazil vem movimentando as redes e conquistando uma legião de fãs nas plataformas digitais, especialmente na Twitch. Com um formato inovador, o torneio mistura futebol e entretenimento, colocando em campo equipes lideradas por personalidades influentes de diferentes nichos da internet — de streamers e youtubers a ex-jogadores e criadores de conteúdo de lifestyle.

O sucesso não passou despercebido: em entrevista exclusiva com a diretora de parceria e conteúdos da Twitch Brasil, Anadege Freitas,  pudemos entender de perto como a plataforma tem enxergado o impacto da Kings League na comunidade gamer e esportiva brasileira e quais seriam os próximos passos da plataforma. Para ela, o projeto vai muito além de uma competição — é um reflexo de como o esporte pode se reinventar com criatividade, interatividade e a força dos criadores digitais.

Acompanhe mais detalhes desta entrevista, abaixo:

Como surgiu o projeto da Kings Leagues dentro e fora do Brasil?

A Kings League nasceu de uma observação de Gerard Piqué, ex-jogador do Barcelona, que percebeu algo curioso dentro da própria casa: seus filhos, assim como muitos jovens da nova geração, já não se empolgavam com o futebol tradicional. As longas transmissões, a falta de interação e o ritmo mais lento pareciam não conversar com o dinamismo do universo digital em que esses jovens estão imersos.

Foi a partir dessa percepção e da parceria com o Ibai Llanos que Piqué decidiu criar algo novo — um campeonato que unisse futebol, espetáculo e linguagem digital. Assim surgiu a Kings League, um torneio com regras inovadoras e partidas que mais se parecem com grandes eventos de entretenimento do que com jogos convencionais. Após o sucesso estrondoso em países como Espanha, México e Itália, o projeto desembarcou no Brasil, onde foi recebido de braços abertos pelas comunidades.

Em entrevista exclusiva, a diretora de parcerias e conteúdo da Twitch Brasil, Anadege Freitas comentou sobre a chegada da Kings League ao país e destaca como funcionou aqui: “Bom, acho que, assim, a Twitch permite que você abra, monte o seu canal e crie a sua comunidade — e ela acaba sendo muito como um grupo de amigos. E aí, esse grupo de amigos pode ser muito grande ou médio. Esses streamers começaram a ter essas conexões. No caso do Ibai com o Piqué, rolou uma conexão, e eles consideraram uma boa ideia juntar uma paixão em comum por games e futebol pra trazer uma perspectiva diferente, fora da caixa. E essas ideias surgiram muito pela necessidade das comunidades gostarem de outras coisas… Aqui no Brasil, foi muito uma réplica do que aconteceu lá fora. Quando trouxeram esse projeto pra cá, escolheram os times e os presidentes de cada equipe” – disse ela.

As comunidades da Twitch e a aceitação da Kings Leagues Brazil: 

A Twitch — plataforma conhecida por conectar criadores de conteúdo com suas comunidades por meio de transmissões ao vivo — tem se destacado cada vez mais pelo apoio que oferece a novos formatos e projetos inovadores. Um dos pilares da plataforma é justamente a força das comunidades, que funcionam como verdadeiros motores de descoberta: é nelas que o público encontra novos streamers, reencontra seus favoritos e compartilha interesses em comum — criando conexões que vão muito além da tela.

Essa estrutura é, conforme observado e destacado pelos profissionais da Twitch, um dos principais motivos para o sucesso da Kings League no Brasil. O campeonato encontrou respaldo em comunidades já consolidadas dentro da Twitch, como as dos influenciadores Coringa, Jon Vlogs, Luqueta, entre outros. Além disso, a presença de celebridades como a cantora Ludmilla e o jogador Neymar Jr. ampliou ainda mais o alcance do projeto, atraindo tanto fãs de futebol quanto do universo pop.

Sobre este tópico, Anadege Freitas falou sobre o papel essencial dessas comunidades dentro da plataforma e sua influência direta no sucesso de conteúdos inovadores: “Então, acho que o ponto-chave que aconteceu aqui na Twitch — e que é muito legal — é quando você expande isso pra outras redes sociais também. Quando você começa a assistir a outros formatos, você consegue descobrir e entender um pouco do que é aquele tipo de conteúdo, e sentir vontade de assistir ele ao vivo com essa galera. Porque você pensa: ‘Eu me interessei!’. Então, isso está se expandindo e está trazendo até uma galera nova, e uma experiência nova pra Twitch, o que é muito bacana. São pessoas que gostam de futebol e estão se interessando por esse conteúdo em formatos diferentes, conhecendo os criadores por outras redes e chegando até a Twitch. Além disso, acho que a união entre pessoas que estão fora do universo da Twitch e as que já estão dentro dela possibilita algo muito maior.”

Ela ainda destaca sua opinião sobre o projeto como espectadora: “Ah, é muito divertido ver as ‘tretas’ rolando, as rivalidades acontecendo ali em campo… E o que eu tenho achado muito interessante aqui no Brasil são as histórias não só dentro do campo, mas fora dele também, as rivalidades fora do campo. Por exemplo, a história do Capim FC, que é do Jon Vlogs, pintando um bar. E aí pintou, e o que eu achei mais legal foi ver outros canais começando a fazer conteúdo em volta da Kings League e daqueles que estão participando do projeto. Então, ele foi lá e pintou o bar — mas olha que coisa maluca? Agora o bar está lá, apoiando… E, através de uma ação ligada ao conteúdo, outras histórias começaram a acontecer de forma orgânica, trazendo uma narrativa mais divertida, mais leve, mais legal. E é mais do que isso: é sobre uma conversa, sobre uma comunidade que se une em torno de algo diferente — e ainda mais divertido por fazer parte dessa história.” – disse Freitas.

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