CPI das Bets prende empresário por falso testemunho em meio a investigação sobre apostas e manipulação de resultados

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A CPI das Apostas Esportivas — conhecida como CPI das Bets — prendeu nesta terça-feira (29) o empresário Daniel Pardim Tavares Lima, suspeito de ligação com jogos ilegais. A prisão em flagrante ocorreu durante depoimento no Senado, após ele mentir ao negar conhecer Adélia de Jesus Soares, sua sócia na empresa Peach Blossom River Technology.
A empresa de Pardim é ligada à Payflow, companhia de pagamentos digitais que presta serviços a sites de apostas e está na mira da Polícia Civil por suspeita de lavagem de dinheiro e movimentações ilegais.
Durante a sessão, a relatora Soraya Thronicke (Podemos-MS) pediu a prisão por falso testemunho, e o presidente da CPI, senador Dr. Hiran (PP-RR), acatou imediatamente. A comissão também autorizou a condução coercitiva de Adélia, que não compareceu à audiência.
Essa não é a primeira prisão ligada à CPI das Bets, que desde 2024 investiga esquemas de manipulação de resultados e o papel de influenciadores digitais na promoção de plataformas de apostas. Entre os convocados para prestar esclarecimentos estão nomes de peso do entretenimento e do meio esportivo, como Wesley Safadão, Jojo Todynho, Deolane Bezerra, Viih Tube, Tirulipa e Rodrigo Mussi.
O empresário William Rogatto, conhecido como “Rei do Rebaixamento”, já havia confessado à CPI ter manipulado jogos para gerar cerca de R$ 300 milhões em apostas. Ele está preso em Dubai após ordem da Interpol.
A CPI apura o impacto direto das “bets” na integridade do esporte brasileiro e no orçamento de milhares de torcedores. Além dos processos criminais em curso, o futebol nacional também pode sentir os efeitos com punições a clubes, jogadores e patrocinadores envolvidos em fraudes ou vínculos suspeitos com casas de apostas.