Na F1, cinco corridas e cinco retratos: o início de temporada sobre Piastri, Verstappen, Norris, Hamilton e Bortoleto

Publicado em 06/05/2025 às 12:34
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Passadas cinco etapas do campeonato mundial de Fórmula 1 de 2025, o cenário que se desenha é o de uma temporada menos previsível e, por isso mesmo, mais interessante. A tabela de classificação começa a tomar forma, mas, para além dos pontos, o que mais chama atenção são os sinais que os principais nomes do grid começam a emitir. E entre esses sinais, há cinco pilotos que representam bem os diferentes momentos da categoria: Piastri desponta, Verstappen resiste, Norris tenta se firmar, Hamilton busca renascer e Bortoleto começa a escrever sua história.

Este início de temporada nos oferece algo raro: a chance de ver a renovação acontecendo diante dos nossos olhos. Ainda faltam muitas voltas, mas se os próximos capítulos forem tão bons quanto os primeiros, 2025 pode entrar para a história.

Piastri: maturidade prematura, liderança surpreendente

Oscar Piastri é, sem dúvida, o nome do início da temporada. O jovem australiano vem demonstrando um nível de maturidade raramente visto em alguém tão novo na Fórmula 1. Com quatro vitórias em cinco corridas, lidera o campeonato com autoridade e faz parecer que já é veterano. Seu desempenho em Miami, ao ultrapassar Verstappen sem hesitação, foi a síntese de um piloto pronto para brigar por título. O mais impressionante, porém, é sua frieza: ele não se deslumbra, não se empolga além da conta. Corre com a calma dos grandes.

Verstappen: ainda no jogo, ainda perigoso

Max Verstappen já não reina com a mesma facilidade de anos anteriores, mas está longe de ser carta fora do baralho. O holandês ainda briga na frente, ainda incomoda, ainda mete medo. Em algumas corridas, falta-lhe carro e o mesmo domínio técnico que Piastri vem exibindo, mas sobra-lhe experiência. Verstappen sabe que campeonatos se ganham na consistência, não apenas no brilho. E é isso o que ele tem tentado preservar — mesmo sem ter, por ora, o carro mais afiado do grid.

Norris: entre a pressão e a promessa

Lando Norris abriu o campeonato com uma vitória que parecia sinalizar um ano de consolidação. Mas os GPs seguintes revelaram um piloto ainda instável. Sua hesitação em disputas roda a roda com Verstappen, por exemplo, é um sintoma de que falta algo. Talvez confiança, talvez mentalidade de campeão. O talento técnico é inegável, mas Lando precisa urgentemente entender que os grandes títulos não são entregues a quem hesita nas decisões. Ou sobe o tom, ou será sempre “quase”.

Hamilton: a coragem de recomeçar ainda não é recompensada

Lewis Hamilton decidiu virar a página e encarar um novo desafio na Ferrari. E por mais que a coragem de mudar de equipe após tantos anos seja admirável, os resultados ainda não vieram. A vitória na sprint na China foi animadora, mas o ritmo de corrida e as estratégias da equipe italiana continuam sendo pedras no caminho. Para piorar, Charles Leclerc segue como referência interna. Hamilton tem talento de sobra para reagir, mas o tempo corre contra ele — e contra o carro vermelho.

Bortoleto: um estreante com cabeça de veterano

Por fim, Gabriel Bortoleto, o novato da temporada, faz o que se espera — e talvez um pouco mais. Com um carro claramente limitado, o brasileiro tem feito corridas limpas, com ritmo constante e sem cometer os erros típicos de quem acabou de chegar. É um ano de aprendizado, e ele parece entender isso melhor do que muitos. Está abaixo dos holofotes agora, mas a impressão que passa é de que seu nome voltará com mais força nos próximos capítulos.

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