Colapinto retorna à F1 e encara sequência decisiva na Alpine: “Estou mais perto do que no ano passado”

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Franco Colapinto está de volta ao grid da Fórmula 1. O argentino reassume o cockpit da Alpine neste fim de semana, em Imola, iniciando uma série de cinco corridas que podem definir seu futuro na categoria. Em meio a um cenário instável dentro da equipe francesa, o jovem piloto terá a missão de convencer os dirigentes de que merece permanecer no carro — ou abrir caminho para o retorno de Jack Doohan ou até mesmo a chegada de um novo nome.
A situação reflete o ambiente turbulento que a Alpine vem enfrentando nos últimos anos. Mudanças constantes na gestão têm afetado a estabilidade da equipe e impactado diretamente os pilotos, como relembra o ex-companheiro Esteban Ocon. O francês, hoje na Haas, foi preterido em sua corrida de despedida no GP de Abu Dhabi de 2024, sob justificativa de “falta de empenho” — algo que, segundo ele, não surpreende, considerando as decisões recentes do time.
“Infelizmente não é nenhuma surpresa considerando algumas das decisões que a equipe tomou recentemente”, afirmou Ocon. “Obviamente, é triste pelo Jack. Ele teve bons momentos neste ano e mostrou velocidade. Por outro lado, o Franco também merecia estar na F1. O problema é que não há carros suficientes no grid para todos os talentos que temos por aí.”
Mesmo diante da pressão e da incerteza, Colapinto tenta focar no lado positivo. Ele destaca a evolução desde sua estreia, no GP da Itália de 2024, quando teve o mínimo de quilometragem exigido para obter a superlicença: “Acho que agora estou apenas seis corridas atrás dos outros, em termos de evolução e conhecimento dos pneus. No ano passado, tudo era novo. Hoje tenho mais experiência, e isso ajuda.”
Essa experiência, no entanto, ainda precisa ser traduzida em resultados consistentes. Nas nove corridas que fez em 2024, o argentino deixou a impressão de ser rápido, mas ainda inconstante. Ele reconhece que o período fora das pistas foi importante para refletir e aprender.
“Não foi o cenário ideal ficar de fora, claro, mas me permitiu entender melhor tudo o que aconteceu. Não penso nas cinco corridas. Penso no agora, e mal posso esperar para voltar a pilotar”, disse.
Desde janeiro, Colapinto vinha trabalhando no simulador da Alpine como piloto reserva. Também participou de testes com o carro de 2023, incluindo um na semana passada, em Zandvoort — circuito fisicamente exigente, assim como Imola.
Apesar disso, o próprio piloto admite que cinco corridas talvez não sejam suficientes para mostrar todo o seu potencial. “Depois de ouvir o Carlos [Sainz] dizer que precisou de dez corridas para se adaptar ao carro novo, sei que provavelmente também preciso de mais tempo. Mas estou pronto para dar o meu melhor.”
A sequência de provas que definirá o futuro de Colapinto começa por Imola, passa por Mônaco e Barcelona, e segue com os GPs do Canadá — pista inédita para o argentino — e da Áustria. Serão semanas intensas que podem consolidar seu espaço na elite do automobilismo ou empurrá-lo novamente para o papel de coadjuvante.