Reforma na WSL sinaliza reconexão com atletas e fãs

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A WSL vem repaginando seu conselho executivo com a chegada do novo CEO, Ryan Crosby e a introdução de Nicole Metzger como CSO, que tem a função de liderar a estratégia comercial global da liga de surfe. O antecessor de Crosby, Erik Logan, deixou o cargo após tentar transformar a WSL em um grande produto midiático, mas acabou negligenciando o próprio esporte.
Os danos esportivos causados à WSL durante a gestão de Logan vêm sendo reparados de maneira ágil. Ryan Crosby e Nicole Metzger, junto aos demais membros do atual conselho, rapidamente reverteram o projeto fracassado de calendário do Championhsip Tour adotado entre 2021 e 2025, período marcado pelo Finals e início de temporada em Pipeline.
Erik Logan chegou com o pé na porta com a criação do WSL Finals, com o objetivo de trazer mais visibilidade ao surfe. O ponto mais criticado foi o modelo de disputa do título, que foi rejeitado por grande parte dos surfistas e pelo público. Não fazia sentido concentrar a decisão em um único evento depois que o ranking havia sido formado ao longo das etapas anteriores.
Agora, a WSL devolve aos atletas o antigo modelo competitivo e valoriza a etapa de Pipeline. A temporada de 2026 termina com uma janela de 8 a 20 de dezembro no Havaí, quando as ondas geralmente apresentam ótima qualidade. Os executivos “ouviram os fãs e atletas” para renovar o formato de disputa do título mundial.
Ryan Crosby tem adotado uma postura menos radical e mais voltada à comunidade do surfe. Ele parece ter entendido que a WSL seguia um caminho positivo pré-pandemia e que as mudanças adotadas por seu antecessor não surtiram efeito positivo. O formato da próxima temporada elimina o Finals, dá maior importância à etapa de Pipeline e alinha as competições às janelas com melhores condições de ondas.
Um bom exemplo é o evento em Peniche. A etapa portuguesa era disputada em outubro em condições sensacionais. Depois da pandemia, a prova passou a ser agendada para março, período em que as ondas não funcionaram no pico e a WSL teve muitos desafios para organizar as baterias. A liga precisou, inclusive, transferir o palco de um evento para outra praia em Portugal por conta da falta de ondas.
A nova diretoria da WSL tem um enorme potencial em mãos e começa sua trajetória de maneira muito positiva. Ainda há muito trabalho a ser feito, especialmente em relação aos critérios de julgamento, mas Ryan Crosby e sua equipe já representam uma luz no fim do túnel para uma empresa que vinha caminhando contra o progresso do surfe como esporte. Aos poucos, a principal liga de surfe reecontra sua essência e recupera o prestígio do público, devolvendo ao surfe competitivo a atenção que merece.