Análise
É o fato ou acontecimento de interesse jornalístico. Pode ser uma informação nova ou recente. Também diz respeito a uma novidade de uma situação já conhecida.
Coluna do Escrete: Pedro Lima e a prova que investir na base não é custo
Lateral-direito do Sport está muito perto de ter a venda confirmada para o Chelsea, em uma negociação cercada de valores milionários
A provável venda de Pedro Lima para o Chelsea, da Premier League, agitou a semana do futebol pernambucano. Principalmente pelos valores envolvidos. Apesar do Sport não ter se pronunciado oficialmente sobre o desfecho da negociação, especula-se que o clube inglês pagará 7,5 milhões de euros à vista.
Isso sem contar que haveria outros 3 milhões de euros em cláusulas de desempenho. Somando tudo, em reais, a quantia giraria em torno de R$ 60 milhões. A maior venda de um clube do Nordeste na história.
E é em cima desses valores que centramos nossa análise. Pois veja, com "apenas" uma venda, o Sport conseguiu quase toda a receita operacional obtida nos últimos dois anos (estamos excluindo dessa conta o dinheiro da Liga, pago em 2023). Em 2022, foram R$ 75 milhões, enquanto que em 2023 foram R$ 72 milhões.
Ou seja, investimento na base nunca deve ser encarado como um custo para os clubes. Na verdade é um grande negócio, quando bem feito.
No caso do Sport, os frutos colhidos hoje não só vieram apenas do que foi plantado pela atual gestão, como vieram também de gestões passadas. Claro que vários fatores influenciaram, mas com certeza o marco principal foi a viabilização do Centro de Treinamento, ali na primeira década dos anos 2000.
Por que Pedro Lima vai ser emprestado?
A partir daí, vários foram os investimentos feitos em estrutura, com foco não só no profissional como também na base e formação de atletas. Um gasto que é milionário e difícil de se obter para qualquer clube, ainda mais do Nordeste, mas que traz os rendimentos no longo prazo.
E o Sport vem colhendo bem esses frutos ultimamente. Se formos pegar os últimos 10 anos, o Leão fez várias vendas milionárias, inclusive para o futebol do exterior. Só para se apegar a alguns nomes, temos os exemplos de Joelinton, Renê, Maílson, Everton Felipe, Gustavo e Mikael.
Todos crias da base e vendidos por valores acima do milhão. Juntos, renderam mais de R$ 30 milhões aos cofres rubro-negros. Um retorno incrível, principalmente tomando que o Sport não jogou a Série A em todos os anos da última década.
Somado aos valores que o Leão possivelmente vai receber pelos 70% dos direitos econômicos de Pedro Lima, essa quantia passa dos R$ 60 milhões.
Em outras palavras, essas vendas comprovam numericamente que valeu cada centavo investido pelo Sport nos últimos anos. Isso não só paga contas como também permite outros investimentos no profissional e na própria base.
Assim, o Sport vai se consolidando ano a ano como um clube formador de joias para o futebol nacional e internacional. Além disso, vai financiando o seu futuro. As gestões de amanhã agradecem todo o investimento feito.
Que o Leão siga colhendo frutos bons com esse investimento cada vez mais, permitindo que novos Pedros Limas surjam a cada ano. A saúde financeira agradece.