Ex-Real Madrid e PSG pode revolucionar as transferências no futebol; entenda

Vitória do ex-volante Lassana Diarra em julgamento contra antigo clube poderá causar mudanças profundas em negociações de transferências.

Publicado em 08/10/2024 às 14:49 | Atualizado em 09/10/2024 às 7:12

O mundo do futebol está em alerta após o desfecho de um julgamento favorável ao ex-volante Lassana Diarra, ex-atleta de grandes clubes do futebol europeu, como Real Madrid e PSG.

Uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), publicada na última sexta-feira, entende que o Regulamento da FIFA sobre o Status e Transferência de Jogadores (RSTP), infringe a legislação trabalhista da União Europeia.

Quem é Lassana Diarra?

O ex-jogador, que tem 39 anos de idade, atuou por 14 anos como profissional.

Com passagens por grandes clubes, como Arsenal, Chelsea, Real Madrid e PSG, o volante também defendeu a França em 34 oportunidades.

Reprodução/ AFP
Lass Diarra com a camisa da França - Reprodução/ AFP

Entenda o caso

Os problemas de Lass Diarra começaram em 2014, quando o francês atuava pelo Lokomotiv Moscou. À época, o jogador fez reclamações públicas após o time russo reduzir seu salário.

Em seguida, o atleta descobriu que seu contrato havia sido rescindido. A equipe alegou que Diarra faltou a treinamentos por problemas internos.

No entanto, a rescisão não foi reconhecida pela FIFA, que condenou o atleta a pagar 10,5 milhões de euros ao seu ex-clube.

A decisão foi extremante prejudicial à carreira de Diarra, que havia recebido uma proposta do Charleroi, da Bélgica, que desistiu de sua contratação, já que seria obrigado a pagar a quantia.

Após o francês abrir um processo contra a FIFA, o caso chegou à Câmara de Resolução de Disputas da FIFA. Em seguida, o Tribunal de Justiça da União Europeia também foi acionado.

Quais mudanças podem ser realizadas?

Atualmente, o regulamento prevê que uma equipe seja indenizada caso um atleta encerre seu contrato sem justa causa. A regra também obriga o novo clube do jogador a pagar pela indenização.

No entanto, o tribunal afirma que o regulamento fere a legislação europeia. De acordo com a decisão, a FIFA não tem autoridade para impedir atletas de trabalharem devido à condenações.

Essa decisão pode revolucionar o futebol, já que concederia um poder maior a atletas e empresários. Já que os novos clubes, respaldados pelo regulamento, também não seriam punidos.

A FIFA teme que a determinação cause uma incerteza jurídica, já que os jogadores poderiam ignorar contratos vigentes e assinarem um novo vínculo sem estarem sujeitos à punições.

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