Ex-Real Madrid e PSG pode revolucionar as transferências no futebol; entenda
Vitória do ex-volante Lassana Diarra em julgamento contra antigo clube poderá causar mudanças profundas em negociações de transferências.
O mundo do futebol está em alerta após o desfecho de um julgamento favorável ao ex-volante Lassana Diarra, ex-atleta de grandes clubes do futebol europeu, como Real Madrid e PSG.
Uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), publicada na última sexta-feira, entende que o Regulamento da FIFA sobre o Status e Transferência de Jogadores (RSTP), infringe a legislação trabalhista da União Europeia.
Quem é Lassana Diarra?
O ex-jogador, que tem 39 anos de idade, atuou por 14 anos como profissional.
Com passagens por grandes clubes, como Arsenal, Chelsea, Real Madrid e PSG, o volante também defendeu a França em 34 oportunidades.
Entenda o caso
Os problemas de Lass Diarra começaram em 2014, quando o francês atuava pelo Lokomotiv Moscou. À época, o jogador fez reclamações públicas após o time russo reduzir seu salário.
Em seguida, o atleta descobriu que seu contrato havia sido rescindido. A equipe alegou que Diarra faltou a treinamentos por problemas internos.
No entanto, a rescisão não foi reconhecida pela FIFA, que condenou o atleta a pagar 10,5 milhões de euros ao seu ex-clube.
A decisão foi extremante prejudicial à carreira de Diarra, que havia recebido uma proposta do Charleroi, da Bélgica, que desistiu de sua contratação, já que seria obrigado a pagar a quantia.
Após o francês abrir um processo contra a FIFA, o caso chegou à Câmara de Resolução de Disputas da FIFA. Em seguida, o Tribunal de Justiça da União Europeia também foi acionado.
Quais mudanças podem ser realizadas?
Atualmente, o regulamento prevê que uma equipe seja indenizada caso um atleta encerre seu contrato sem justa causa. A regra também obriga o novo clube do jogador a pagar pela indenização.
No entanto, o tribunal afirma que o regulamento fere a legislação europeia. De acordo com a decisão, a FIFA não tem autoridade para impedir atletas de trabalharem devido à condenações.
Essa decisão pode revolucionar o futebol, já que concederia um poder maior a atletas e empresários. Já que os novos clubes, respaldados pelo regulamento, também não seriam punidos.
A FIFA teme que a determinação cause uma incerteza jurídica, já que os jogadores poderiam ignorar contratos vigentes e assinarem um novo vínculo sem estarem sujeitos à punições.