Eleições do Sport: Yuri Romão tem candidatura mantida; Oposição se opõe à comissão eleitoral

Após decisão da comissão eleitoral, a chapa "Leões pela Mudança", de Rafael Arruda, vai tomar "medidas necessárias" para barrar candidatura de Romão

Publicado em 07/12/2024 às 16:03
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Após pedido de impugnação da chapa de oposição "Leões Pela Mudança", o candidato Yuri Romão, que encabeça a chapa "É Daqui Pra Cima", está apto a concorrer à eleição para a presidência do Sport.

O pedido veio logo após Yuri Romão ter inscrito a candidatura na sexta-feira da última semana, dia 29 de novembro.

A justificativa da oposição, encabeçada pelo advogado Rafael Arruda, é que o atual mandatário Rubro-Negro estaria tentando um terceiro mandato, já que o dirigente substituiu Leonardo Lopes durante 85% do biênio de 2021 e 2022.

Com isso, segundo a oposição, o pleito do biênio de 2023-2024 seria um segundo mandato de Romão. A tentativa de mais uma reeleição estaria indo contra o atual estatuto do clube.

A defesa da chapa de situação, por outro lado, defende que o primeiro trabalho de Yuri Romão como presidente teria sido um "mandato-tampão", já que ele era o vice-presidente daquela chapa estaria apenas ocupando o lugar do então presidente eleito.


Em nota divulgada pelo presidente da comissão eleitoral, Silvio Pessoa de Carvalho Júnior, foi falado que o pedido da impugnação foi julgado como "improcedente".

A comissão eleitoral também conta com os membros Pedro Henrique Braga Reynaldo Alves, André Baptista Coutinho, José Luiz de Mendonça Galvão Júnior e Marcelo Augusto Leal de Farias.

Chapa "Leões pela Mudança" discorda da decisão

Questionando a decisão da Comissão Eleitoral, a chapa "Leões pela Mudança" emitiu uma nota neste sábado (7) dizendo que vai buscar reverter o caso na Justiça.

Confira a nota na íntegra

A decisão da Comissão Eleitoral de deferir a candidatura de Yuri Romão representa um grave retrocesso nos princípios fundamentais de governança associativa, além de ser uma afronta direta à autonomia estatutária do Sport Club do Recife. Essa postura, aparentemente alheia aos valores democráticos e à moralidade que devem nortear a gestão do clube, expõe uma preocupante tendência de flexibilização das regras em benefício de interesses individuais e políticos.

Ao ignorar o artigo 85 do Estatuto Social, que claramente veda o exercício de mais de dois mandatos consecutivos, a Comissão Eleitoral compromete a confiança dos sócios no processo eleitoral. Essa interpretação favorável ao candidato viola princípios básicos de impessoalidade e alternância de poder, pilares que sustentam a legitimidade de qualquer organização associativa. A tentativa de validar a candidatura com base em analogias inconsistentes – seja com a Lei Pelé, com a Lei das S/A ou com o caso de Rodrigo Maia – demonstra uma preocupante falta de rigor jurídico e institucional.

Além disso, a alegação de que o “mandato-tampão” exercido por Yuri Romão não configura um mandato completo é insustentável à luz de princípios consagrados no direito constitucional e associativo. A própria Comissão Eleitoral admitiu que a chapa Leo Lopes/ Romão exerceu mais de 80% do mandato original de 2021/2022, um percentual que ultrapassa qualquer limite razoável para caracterizar o exercício como provisório. Tal omissão deliberada é um sinal inequívoco de parcialidade e desprezo pelas normas internas do clube.

Essa decisão não apenas compromete a alternância de poder, mas também cria um precedente perigoso para a perpetuação de indivíduos no comando da instituição. Ao desconsiderar o espírito democrático do Estatuto do Sport Club do Recife, a Comissão Eleitoral demonstra, de forma preocupante, que está disposta a interpretar as normas de maneira conveniente, sacrificando a integridade do processo em prol de interesses particulares.

Por fim, a decisão enfraquece o Sport Club do Recife como instituição democrática, comprometendo sua imagem e seus valores diante dos associados e da sociedade. Cabe aos sócios e às instâncias superiores reverterem essa afronta e restaurarem o respeito às normas estatutárias, garantindo que o clube permaneça um exemplo de gestão baseada na legalidade, moralidade e transparência.

Cada um escolhe como deseja ser lembrado na história do clube.

Tomaremos todas as medidas necessárias para manter o respeito ao estatuto do clube.

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