Náutico, Santa Cruz e Sport firmam TAC para combater violência de torcidas
O Termo de Ajustamento de Conduta, assinado pelos dirigentes do Trio de Ferro, nesta terça (11), visa combater a violência de torcidas organizadas
![Náutico, Santa Cruz e Sport firmam TAC com o MPPE para proibir organizadas nos estádios](https://imagens.ne10.uol.com.br/veiculos/_midias/jpg/2025/02/11/597x330/1_mppe-33734587.jpeg)
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Os dirigentes de Santa Cruz, Sport, Náutico e Federação Pernambucana de Futebol (FPF), que se reuniram na tarde desta terça-feira (11), firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE);
O TAC firma o compromisso dos clubes de eliminar qualquer forma de vínculo entre os três clubes e as organizadas Torcida Jovem do Leão (Jovem), Explosão Coral (Inferno Coral) e Náutico até Morrer (Fanáutico) impedindo o acesso, apoio ou utilização de recursos que beneficiem esses grupos.
A medida foi assinada visando combater a violência de torcidas organizadas.
No encontro, Yuri Romão, Bruno Becker e Marcos Benevides, representando o Trio de Ferro, junto a Evandro Barros de Carvalho - presidente da FPF -, deram sugestões e discutiram as cláusulas do TAC com representantes do MPPE.
"O objetivo principal é dissociar essas torcidas organizadas dos clubes pernambucanos. Fazer com que elas não tenham nenhum apoio e não encontrem nos clubes locais para fazer badernas, pois eles são vândalos e não torcedores", contou o Subprocurador-Geral de Justiça em Assuntos Institucionais do MPPE, Renato da Silva Filho.
"Colocamos no TAC cláusulas que os clubes se comprometem a não prestigiar essas torcidas, não colaborar com dinheiro, ingressos ou qualquer auxílio que possibilite de essas organizadas seguirem frequentando os estádios de Pernambuco", completou.
Após os acertos, os clubes se comprometeram a não fornecer verbas ou qualquer forma de patrocínio às organizadas, incluindo distribuição de ingressos, transporte e alimentação.
Também se dispõem a proibir, com apoio dos órgãos estaduais de segurança, a presença de símbolos, faixas, bandeiras ou espaços reservados às organizadas dentro dos estádios e arenas onde os clubes assinantes sejam mandantes.
Fim dos setores exclusivos
Ainda de acordo com o TAC firmado dos clubes com o MPPE, os dirigentes se comprometeram a não reservar setores exclusivos para as torcidas organizadas nos estádios e arenas onde o clube seja mandante.
O TAC ainda impede o acesso de qualquer membro identificado das torcidas, pelos órgão de Segurança Pública e/ou pela FPF, às dependências dos clubes, inclusive sedes administrativas, centros de treinamento e eventos internos ou indivíduos usando símbolos, utensílios ou vestimentas associadas às referidas torcidas.
Também é apresentada uma cláusula em que o clube tem de desassociar qualquer membro da organizada identificado do quadro de sócios, nos termos do Estatuto Social de cada clube, além de excluir qualquer membro da torcida organizada da diretoria ou de emprego no clube, seja como funcionário ou prestador de serviço terceirizado.
Biometria facial e venda de ingresso eletrônico
Os clubes ainda terão que implantar sistemas de venda eletrônica exclusiva de ingresso para acesso às suas dependências ou estádio nos dias de jogos.
Isso irá funcionar com uso de catracas de entrada com identificação facial e controle de imagens do evento, até 14 de junho de 2025, e controlar o acesso de veículos ao espaço interno.
No acordo firmado, os clubes também se comprometeram a colaborar com investigações policiais, inclusive, disponibilizando sempre que formalmente demandados, a base de dados dos sócios e frequentadores.
As medidas adotadas no TAC serão revistas e reavaliadas a cada seis meses, por meio de reunião dos clubes com o Ministério Público e órgãos de segurança pública.