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Coluna do Escrete: Treinador da Seleção Brasileira precisa mesmo ser estrangeiro?

Nunca um seleção foi campeã com um treinador de outro país, mas CBF considera nome de quatro estrangeiros para comandar a Seleção Brasileira em 2026

Publicado em 05/04/2025 às 23:59
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Seleção Brasileira terá o seu quarto treinador no atual ciclo para a Copa do Mundo 2026. Desde a saída de Tite, Ramon Menezes, Fernando Diniz e por último Dorival Júnior comandaram a pentacampeã mundial.

Nenhum deles convenceu. Dorival até teve um começo promissor com uma vitória contra a Inglaterra e um empate contra a Espanha em março de 2023, duas seleções consideradas entre as melhores do mundo e que um ano depois fariam a Final da Eurocopa.

Hoje, a CBF, trabalha, segundo o jornalista André Rizek, com o nome de quatro estrangeiros: Carlo AncelottiJorge JesusAbel FerreiraJosé Mourinho.

Além deles, o nome do francês Didier Deschamps, campeão do mundo em 2018 com a França, também teria sido oferecido à CBF.

Todos nomes de estrangeiros, o que vem causando um grande debate. De um lado, existem aqueles que defendem que este é o caminho correto, do outro o entendimento é que, tal como nas campanhas de 58, 62, 70, 94 e 2002, o treinador deverá ser brasileiro.

Curiosamente, nenhuma seleção, em todas as 21 edições da Copa do Mundo, foi campeã com um treinador estrangeiro, o que inclui, claro, 10 títulos, quase metade, de títulos sul-americanos, sendo cinco do Brasil, três da Argentina dois do Uruguai.

Mas, até que ponto este é um ponto relevante?

Até 2022, uma seleção africana nunca havia chegado a uma semifinal e chegou com um treinador marroquino e que havia assumido o trabalho às vésperas da Copa no Catar. 

A argentina foi campeã com um treinador argentino, que assumiu como interino e que demorou a engrenar e gerar confiança na torcida.

A França chegou à final com um treinador francês, num trabalho longevo iniciado em 2012. 

A Croácia, que havia sido vice-campeã em 2018, chegou à semifinal com um treinador croata.

Um africano, um sul-americano e dois europeus comandaram as quatro melhores seleções da última Copa do Mundo.

Portanto, as estatísticas, históricas e recentes, mostram que a relevância de se ter um treinador estrangeiro é pouca ou "quase nenhuma".

No Brasileirão e na Libertadores, a vantagem é de 4 x 2 nos últimos seis anos para os portugueses em comparação aos brasileiros, que ficam à frente por 5 x 1 na Copa do Brasil.

Superada essas questões meramente estatísticas, deve se olhar para desempenhofilosofia de jogo

De que forma a Seleção Brasileira deve jogar? Na tentativa de um "futebol total" mais próximo de Fernando Diniz ou no futebol "reativo" de um Dorival Júnior? 

Uma vez definida essa questão, existe um treinador brasileiro que se adeque à essa filosofia e, uma vez adequado, que tenha demonstrado desempenho?

Se as respostas para ambas as perguntas forem "sim", então não há por que descartar um treinador brasileiro. Se forem "não", não há motivo para considerar um treinador brasileiro.

Mas, quais são as respostas? 

A CBF tem que decidir...

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