Porta-bandeiras do Brasil nas Olimpíadas superaram câncer e perda de rim; Conheça histórias

Brasil escolheu nesta segunda-feira (22) os atletas que irão carregar a bandeira da delegação na cerimônia de abertura dos Jogos de Paris

Publicado em 22/07/2024 às 21:39 | Atualizado em 22/07/2024 às 21:46

A delegação do Brasil já conhece os seus porta-bandeiras nas Olimpíadas de Paris. Nesta segunda-feira (22), o Comitê Olímpico Brasileiro confirmou Isaquias Queiroz, da canoagem, e Raquel Kochhann, do rugby, como representantes do Brasil na cerimônia de abertura, no dia 26 de julho, no Rio Sena.

O detalhe é que os dois possuem histórias bem particulares de superação na vida.

Isaquias não tem um rim

Isaquias, dono de quatro medalhas olímpicas, sendo um ouro, duas pratas e um bronze, não possui um dos rins. Ele caiu de uma árvore quando tinha dez anos, e teve que retirar o órgão. Ainda assim, não so leva uma vida normal, como ainda pode ser o maior campeão do Brasil em Olimpíadas caso ganhe mais duas medalhas em Paris.

“Fico muito feliz de poder representar minha Bahia, meu Nordeste, o Brasil inteiro. Vai ser uma cerimônia incrível. Principalmente por poder representar minha modalidade, ainda tímida no Brasil. Botar nossas garrinhas para fora. Com certeza, depois de Paris, o pessoal vai ter mais conhecimento sobre essa grande modalidade. É uma experiência incrível poder representar o seu país. Eu tive a oportunidade no Rio de fazer o fechamento. Mas agora, ser o porta-bandeira na abertura, vai ser uma coisa muita especial”, disse Isaquias Queiroz, de 30 anos.

Isaquias iniciou sua trajetória na canoagem aos 11 anos e, em 2009, decidiu se dedicar profissionalmente ao esporte. Reconhecido por seu talento e dedicação, Isaquias é o único canoísta a conquistar três medalhas em uma mesma edição dos Jogos Olímpicos.

Em 2016, no Rio de Janeiro, ele alcançou a prata na C2 – 1.000m ao lado de Erlon Souza, na C1 – 1.000m, e o bronze na C1 – 200m. Seu desempenho notável lhe rendeu a honra de ser o porta-bandeira na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016, no Maracanã.

Em Tóquio, Isaquias conquistou a medalha de ouro na C1 – 1.000m e chegou muito próximo de mais um pódio, ficando em quarto lugar na C2 – 1.000m com Jacky Godmann.

Raquel superou câncer

Raquel Kochhann, uma das líderes da seleção feminina de rúgbi, precisou se recuperar de um câncer para ir aos Jogos. Um pouco antes da segunda participação, em Tóquio 2020, descobriu um caroço que se revelaria um câncer de mama.

Encarou mastectomia, quimio e radioterapia de cabeça erguida, mantendo-se em atividade, e voltou ao alto rendimento. Em dezembro de 2023 foi novamente convocada para a seleção, e agora celebra a volta ao palco olímpico carregando o pavilhão de um Time Brasil majoritariamente feminino, com 153 mulheres dentre os 276 classificados.

“Ser atleta olímpico é difícil. Essa sensação de estar na frente, levando a bandeira para o mundo inteiro ver numa Cerimônia de Abertura é algo que não consigo explicar em palavras. A minha ficha ainda não caiu, acho que só quando eu estiver lá para saber o que vou sentir.”

Cerimônia de abertura das Olimpíadas

Lembrando que a cerimônia de abertura neste ano não será no estádio olímpico como de costume. Será no Rio Sena. As delegações desfilarão em barcos. Por conta disso, um forte esquema de segurança foi feito, impedindo que até mesmo moradores de Paris possam entrar no Sena nos dias que antecedem a cerimônia.

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