Santa Cruz: Presidente esboça modelo ideal para a SAF Tricolor

Modelo proposto foge da abordagem tradicional de compra do clube por um grande investidor e se aproxima de modelos europeus que envolvem o torcedor

Publicado em 21/09/2024 às 9:00

O Santa Cruz ainda caminha para que um modelo de SAF seja estruturada ainda este ano. Em entrevista aos repórteres Antônio Gabriel e Leonardo Boris, da Rádio Jornal, o presidente Bruno Rodrigues fez um esboço do que seria o modelo ideal para a SAF (Sociedade Anônima de Futebol) do clube Tricolor.

Segundo o mandatário Coral, a ideia é que o Santa Cruz não seja comprado por um único investidor, mas que sejam abertas ações para que torcedores do clube, seja do grande ao pequeno empresário, faça parte desse processo de compra da SAF.

"Eu defendo que a gente abra para qualquer Tricolor comprar ações do Santa Cruz. Isso vai ter um 'valuation', um valor por ação. E aí você pode comprar uma, duas, dez, mil ações, e evidente que quem tiver o maior número de ações é quem vai controlar o futebol", explicou Bruno Rodrigues.

"[Nesse modelo] Você vai dar oportunidade ao Tricolor grande empresário, que possa comprar muito, até o pequeno, que também quer comprar e participar", complementou.

Bruno Rodrigues também definiu a porcentagem de ações que será vendida para os investidores, ressaltando que o clube terá participação na SAF.

"A nossa ideia é 90/10. O Santa Cruz ficará com 10% da SAF, os outros 90% vai para o mercado. Quem dos 90% tiver a maioria [das ações], irá controlar a SAF", contou.

O modelo foge da ideia de SAF apresentado pelo Botafogo e Bahia, no qual um grande investidor apresentou uma proposta vinculante para ter grande parte do clube. A ideia é se aproximar de um modelo europeu, no qual a torcida também tem participação junto à associação.

Veja a entrevista completa da Rádio Jornal

SAF deve começar a atuar já no início de 2025 

Ainda na entrevista para a Rádio Jornal, Bruno Rodrigues manteve a previsão de assinar com a empresa responsável por fazer a assessoria dos investidores até o final deste mês. Já de forma efetiva, segundo o dirigente, a SAF já deve estar atuando no clube até abril do próximo ano.

"Hoje não existe oposição à SAF, então é um movimento que a gente vai ter uma certa agilidade no passo-a-passo, já que é um consenso. Então eu creio esse prazo (até abril), com certeza a SAF já vai ter assumido o futebol do Santa Cruz", projetou.

A demora para fechar com os investidores se dá pela postura precavida da própria diretoria. Ainda no primeiro semestre deste ano, Bruno Rodrigues havia falado que a estruturação da SAF deveria ser feita de forma cautelosa, já que se trata de um "caminho sem volta" por ser um investimento a longo prazo.

"A gente tem que se assessorar com pessoas competentes, que tenham experiência e não só nome, mas que tenham credibilidade no processo. Eu tive dezenas de reuniões, e [com isso] você recebe todo tipo de proposta. Umas até engraçadas, sem pé nem cabeça, outras que são a 'salvação do mundo', mas quando você vai botar no papel, não se segura", explicou.

"Então a gente está construindo uma situação de ter um assessoramento de uma empresa de porte, que tem experiência. Essa empresa vai, basicamente, fazer o movimento de construir a SAF, desenhar o modelo e o investidor. E aí teremos esse segundo momento que é quem será os investidores", concluiu o presidente do Santa Cruz.

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