SAF do Santa Cruz: R$ 1 bilhão por 15 anos é muito ou pouco? Valor deixa tricolor atrás do Sport e outros rivais nordestino

Após assinatura da SAF, tricolores e rivais especulam real "novo tamanho" do Santa; veja o que investimentos representam para o futuro do clube

Publicado em 14/01/2025 às 17:41
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Uma nova era para o Santa Cruz! O clube oficializou na última segunda-feira (14) um acordo para instauração da SAF (Sociedade Anônima de Futebol) do clube, adquirida por um grupo de empresários mineiros encabeçado por Vinícius Diniz e Márcio Cadar.

O acordo prevê a compra de 90% das ações do Tricolor do Arruda e o investimento de ao menos R$ 1 bilhão a serem feitos por 15 anos.

O valor, claro, chama a atenção, mas, calma lá. Em 15 anos, isso é muito ou é pouco?

De um lado, tricolores comemoram e enxergam o time como um "novo rico". Do outro, rivais amenizam e até menosprezam o feito tricolor. Mas afinal, qual o tamanho da SAF tricolor?

R$ 1 bilhão por 15 anos é pouco? Veja real tamanho da SAF tricolor e comparação com Sport e outros rivais

É importante se ter em mente que R$ 1 bilhão não pode ser considerado pouco dinheiro, mesmo que espaçado em 15 anos.

Mas, o patamar que tal investimento coloca o Tricolor é que precisa ser analisado com menos euforia. R$ 1 bilhão em 15 anos significa R$ 66,6 milhões por temporada em receitas.

O valor deixaria o Santa Cruz no 5° lugar de receitas do futebol nordestino se comparados aos números de 2023, já defasados.

A Cobra Coral ficaria atrás de FortalezaBahiaCeará e do seu rival Sport, que em 2023 teve uma receita de R$ 75 milhões e que tem a expectativa de ter, segundo o presidente Yuri Romão, uma receita entre R$ 180 190 milhões em 2025, algo muito superior ao valor tricolor.

Além disso, o grupo de investidores, em sua proposta, assumem todas as dívidas do clube, estimadas em R$ 305 milhões, o que compromete uma parcela significativa dos investimentos da SAF tricolor.

SAF mudará patamar tricolor e equiparação a rivais pode ser questão de tempo

Vale lembrar que a SAF tricolor é, embora o mais importante, apenas um passo na reestruturação do clube.

Embora o investimento, que não necessariamente será investido em 15 frações igualitárias, não seja o suficiente para ultrapassar a receita do Sport, por exemplo, tem um potencial imenso para transformar o clube.

Afinal, o Santa Cruz é um time da Série D do Campeonato Brasileiro, que paga muito mal, e não disputa a Copa do Nordeste e nem a Copa do Brasil em 2025, competições que poderiam render boas premiações ao clube a medida que avançasse na tabela, além de boas rendas de torcida.

Mas isso é uma situação de momento. Ao longo dos anos, a medida que for obtendo sucesso esportivo, sendo prioritariamente acessos no Brasileirão, a receita do clube aumentará exponencialmente se comparada a atual.

Se, por exemplo, conseguir dois acessos consecutivos, o Santa jogará a Série B em 2027, o que já lhe proporcionará melhores pagamentos de cotas de transmissão, além de um calendário mais robusto e mais atrativo para torcedores, que tenderiam a comprar mais ingressos e, claro, se associar ao clube.

Além disso, esse sucesso atrairia também novos investimentos, como um melhor patrocínio master, por exemplo.

Então, sim, de momento, o investimento não coloca o Santa Cruz no mesmo patamar de Sport, Vitória, Ceará, Bahia ou Fortaleza, mas é um primeiro passo importantíssimo para tal e que, para a realidade atual do clube (disputas de divisões inferiores), o transforma em uma potência.

 

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