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Coluna do Escrete: Violência virou algo "normal" nos clássicos em Pernambuco
Cenas de bárbarie em Santa Cruz x Sport escancaram "estado de exceção" que vive o cidadão recifense em dia de clássicos na capital pernambucana
O que se espera de uma partida de futebol? Nos clássicos em Pernambuco, infelizmente, a expectativa é de violência e insegurança.
O que deveria ser surpreendente se tornou comum, o que causa estranheza é não ficar sabendo de episódios violentos e não ser enxurrado por imagens e relatos de pura barbárie.
Outrora, a dúvida do torcedor recifense era: Como vou chegar no Arruda, na Ilha do Retiro ou nos Aflitos? Qual o melhor caminho, meio de transporte e horário para chegar no estádio?
Hoje? A dúvida mais comum é: Como evitar ao máximo qualquer caminho que levem aos estádios de futebol pernambucanos em dia de clássico?
O que deveria ser um momento do qual todos os fãs de futebol gostariam de participar, hoje causa preocupação e medo.
Santa Cruz e Sport se enfrentaram no último sábado (1), no Arruda, e o jogo foi bom, disputado e emocionante. O Santa venceu o maior rival e quebrou um jejum de quase 5 anos sem vitórias em clássicos.
Assuntos que deveriam ser suficientes para estampar as capas dos jornais e, inclusive, ser tema desta coluna. Mas que se tornam um "detalhe" diante das cenas de violência que tomaram contas das ruas do Recife, e não apenas aquelas no entorno do Arruda.
Pouco se falará sobre o gol de Douglas Skilo, das bolas na trave de Barletta e da festa nas arquibancadas.
O assunto será os vídeos chocantes que inundaram as redes sociais dos pernambucanos, e brasileiros. Vídeos de selvageria, espancamento, quebra-quebra e coisas que nem sequer podem ser descritas nesta publicação.
Santa Cruz x Sport: Pré-jogo e confusões entre torcidas organizadas
Ao menos 14 pessoas deram entrada no Hospital da Restauração, mas foram vários os boatos envolvendo óbitos. Por sorte não tivemos.
Mas, fica o questionamento. Se o que vimos no último Clássico das Multidões se tornou algo "normal" e esperado? Por que continua acontecendo?
Os personagens não são novos. Os locais também não. As medidas de prevenção e punição variam, mas quase nunca funcionam, chegando a, em sua aplicação, atingir tanto os responsáveis como os inocentes.
Não deveria ser normal, e não é.