Náutico enviou projeto da SAF para mais de 150 investidores no Brasil e no mundo; veja motivos que levaram ao não avanço das negociações

Em entrevista ao Blog do Torcedor, Fernando Ferreira, diretor da Pluri Consultoria, explicou detalhes da operação envolvendo a SAF do Timbu

Publicado em 14/03/2025 às 19:58
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Náutico está em fase avançada de negociações para venda de 90% da SAF do clube ao Consórcio Timbu, grupo de investidores que tiveram sua proposta vinculante aceita pelo Executivo do clube e que se encontra sob análise do Conselho Deliberativo para aprovação.

Em entrevista ao Blog do Torcedor, Fernando Ferreira, diretor da Pluri Consultoria, empresa que assessora o Timbu na operação da SAF, revelou uma série de detalhes envolvendo todo o processo, que teve início no começo de 2024.

Projeto do Náutico foi enviado para mais de 150 investidores, envolvendo estrangeiros

Na conversa, Fernando Ferreira explicou que a primeira etapa envolvendo a operação da SAF levou cerca de seis meses para ser concluída e tratou-se da reunião de uma série de informações a cerca do clube, como seus balanços, dívidas, estrutura e patrimônio, para que fosse possível elaborar um projeto a ser entregue a potenciais investidores:

"Foram seis meses, a partir do começo de 2024, apenas de preparação para poder ir ao mercado com as respostas que o mesmo necessita para poder começar as conversas na direção de um investimento como esse e iniciar o processo de prospecção.

Nesse período, nós enviamos o projeto do Náutico para 151 potenciais investidores, sendo 32 do exterior e 119 do Brasil. 

Deste montante, foram enviadas 46 apresentações ao clube (alguns potenciais investidores realizaram mais de uma apresentação), sendo assinados 19 acordos de confidencialidade, dos quais resultaram quatro conversas mais profundas.

Dessas quatro conversas, uma foi encerrada antes da apresentação da proposta, duas tornaram-se propostas não vinculantes e uma se tornou a proposta vinculante atual, do Consórcio Timbu."

Dívidas e problemas jurídicos foram motivo de desistência por parte de potenciais investidores e formação de um consórcio foi a solução encontrada

Segundo Fernando Ferreira, todas as propostas não vinculantes não foram adiante, resultando numa desistência por parte dos potenciais investidores em função dos problemas financeiros e jurídicos do Náutico:

"De todas as propostas não vinculantes, 100% delas desistiram por conta dos problemas financeiros e jurídicos do clube, que tem relação com a dívida da Recuperação Judicial, a dívida da transação tributária e a dívida das extraconcursais, que juntas somam aproximadamente R$ 280 milhões.

Essas dívidas precisam passar por um processo de redução para o que o clube seja viável e esse é um processo burocrático e demorado e que tem a possibilidade de que o resultado não seja aquele esperado pelo clube, o que gera um risco razoável (para os investidores), e sobre um montante muito alto, que fez com que alguns investidores desistissem de avançar com as conversas.

A partir de tantas negativas, nós percebemos que um investidor apenas não toparia o desafio sozinho e então partimos para o modelo de consórcio, similar ao praticado pela Pluri junto ao Botafogo-PB.

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