Coluna do Escrete de Ouro: O mundo ainda pode ser belo para Everton Felipe

Ralph de Carvalho pontua que Everton Felipe, ex-Sport, pode ainda encontrar a felicidade no futebol, mas de outras maneiras que não seja jogando

Publicado em 09/06/2024 às 6:00 | Atualizado em 11/06/2024 às 9:49

A notícia da aposentadoria do meia Everton Felipe, ex-Sport, São Paulo e Cruzeiro, pegou vários torcedores pernambucanos de surpresa nessa semana que passou. Não só pela idade precoce do jogador, 26 anos apenas, mas pela forma como foi, com o jogador externando algumas mágoas com o Leão.

Contudo, não estamos aqui para dar o veredicto sobre quem tem razão no embate levantando por Everton Felipe. O foco de nossa análise é muito sobre as outras implicações que esse episódio nos traz. 

O primeiro deles diz respeito ao trato psicológico que os atletas recebem em seu dia a dia. É certo que hoje o assunto não é mais tabu, com vários clubes tendo departamentos de psicologia e fornecendo apoio emocional aos atletas. No entanto, o tema nem sempre é tratado com a prioridade, e sensibilidade, que deve.

Sem falar que ainda há vários torcedores que ainda avaliam isso como "corpo mole". O que não é caso, longe disso. Hoje, a psicologia é aspecto fundamental no esporte e considerada um fator decisivo para o alto rendimento. Basta ver os grandes atletas internacionais, que todos eles contam com algum tipo de acompanhamento psicológico.

No caso específico de Everton Felipe, fica a torcida para que ele possa ser amparado pela família e pelos amigos. E que tenha, claro, um acompanhamento de um profissional, caso necessário.

O segundo ponto a ser abordado nesse caso, e não dissociado com a questão psicológica, diz respeito ao futuro do jogador quando ele se aposenta. Não raro são os casos em que um atleta deixa os campos e começa a passar dificuldades. Poderíamos elencar vários, mas a lista seria imensa.

Tão importante quanto o acompanhamento psicológico para o alto rendimento é o acompanhamento do ser humano, para que ele possa se preparar para o fim da carreira, seja ele precoce ou não. Por mais que a medicina permita hoje uma longevidade maior, a vida de um atleta ainda é curta, se encerrando perto dos 35 anos, com raras exceções. Logo, o jogador precisa se preparar para isso, não só financeiramente, mas emocionalmente.

Na situação de Everton, entende-se que a ruptura é dolorosa, afinal trata-se de um jovem de 26 anos, que tinha um potencial enorme para brilhar por muitos anos no futebol nacional, e até mesmo internacional. Mas a aposentadoria nunca é o fim. 

O que diz Ralph de Carvalho

"Que um psicólogo possa acompanhar o Everton Felipe e fazer ele acreditar que ainda pode ter uma vida de felicidade. Pode ter acabado o futebol, mas o mundo é belo e está aberto para o Everton Felipe", disse comentarista Ralph de Carvalho, da Rádio Jornal.

"Vi um jogador angustiadíssimo, porque tem que parar aos 26 anos. O estado demonstra que para ele o mundo acabou, mas não é assim. E desagradável para ele, mas outros jogadores no Brasil e no Mundo tiveram que largar a atividade por problemas físicos, sérios. Everton Felipe tem que considerar que ele ainda pode construir sua vida com outra atividade, que lhe dê dinheiro e satisfação íntima. A vida não para aí. Ele tem 26 anos", complementou Ralph.

Que Everton Felipe possa encontrar sua paz e um novo rumo na vida. E que possa voltar a amar o futebol como antes. Que o brilho dele nunca apague. E que o mundo do futebol se atente para casos como esses. Psicologia e acompanhamento pessoal é uma questão que vai além do esporte. É um assunto humano.

A coluna não reflete necessariamente a opinião dos veículos do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação

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