Análise
Coluna do Escrete: Copa América é chance do Brasil limpar um pouco sua imagem
Seleção brasileira estreia contra a Costa Rica; Equipe canarinho quer conquistar novamente a Copa América para encerrar má fase da equipe
Nesta segunda-feira (24), começa a Copa América 2024 para a seleção brasileira. Será o duelo contra a Costa Rica, a partir das 22h, no horário de Brasília. Contudo, quando o Brasil entrar no gramado do SoFi Stadium, nos Estados Unidos, buscará mais do que apenas o título. Tentará também limpar um pouco da sua imagem perante o torcedor brasileiro.
Vejamos, o Brasil não ganha um Copa do Mundo há quase 24 anos e está muito perto de igualar o maior hiato de sua história - que foi entre 70 e 94. Além disso, não ganha uma competição relevante no âmbito profissional há cinco anos, quando venceu justamente a Copa América, em 2019.
De lá para cá, uma série de decepções como a perda da Copa do Mundo de 2022 do jeito que foi, faltando 4 minutos para o fim do duelo contra a Croácia, e uma série de derrotas vergonhosas nos amistosos - Marrocos e Senegal - e um início de campanha crítico nas Eliminatórias, com derrotas em sequência para Uruguai, Colômbia e Argentina, algo que nunca ocorreu nas Eliminatórias.
Sem falar na extrema confusão que foi a sucessão de Tite. De início, o primeiro erro que foi não definir o sucesso logo. A CBF colocou Doriva nos amistosos na esperança de Ancelotti fechar. Ainda com essa falsa esperança, trouxe Fernando Diniz, que mais atrapalhou do que ajudou dada a sua insistência no "jogo bonito" sem ter tempo de trabalhar a filosofia com os jogadores.
Tudo isso, trouxe uma extrema desconfiança para o torcedor brasileiro. E convenhamos que não precisava disso tudo para o torcedor ficar distante. O brasileiro já tem uma certa desconfiança natural da seleção em seu histórico. E os ingredientes falta de Copas, falta de craques protagonistas e oscilações de resultados tornam a missão ainda mais difícil.
Hoje o torcedor pouco se identifica com a seleção brasileira e isso é péssimo, afinal a camisa amarelinha é referência mundial. Ironia que ela desperte desconfiança justamente no seu povo.
Existe esperança para a seleção brasileira
O fio de esperança surgiu nos últimos meses, após a contratação de Dorival Júnior e a ascensão de Vinícius Júnior e Endrick. Ainda assim, falta muito para seleção cair nas graças do torcedor novamente.
Uma chance de limpar um pouco essa imagem é a Copa América. Não é a competição que tem a maior identificação do brasileiro, mas ganhar ela pode deixar as críticas mais amenas. Ainda mais se essa vitória for sobre a Argentina de Messi, atual campeã não só da América do Sul, mas do mundo. Afinal, quem não gosta de ganhar de argentino no futebol? Boa sorte, Brasil e principalmente a Dorival. Ele vai precisar.