SAF do Náutico: Consórcio Timbu desiste e negociações devem ser encerradas
Extrapolado o prazo para envio de proposta atualizada com exigências do Conselho Deliberativo, a informação é de que investidores desistiram da SAF

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A SAF do Náutico não deve mais acontecer, ao menos não com o Consórcio Timbu!
Extrapolado o prazo para apresentação de uma nova proposta vinculante, com os ajustes solicitados pelo Conselho Deliberativo, a informação, segundo apuração do repórter Victor Peixoto, do Blog do Torcedor, é de que o grupo de investidores teria desistido das negociações.
A informação foi confirmada por uma fonte ativa diretamente ligada aos investidores, que informou que a decisão do Consórcio Timbu seria definitiva e, portanto, irrevogável, dando fim às negociações.
A expectativa é que uma resposta oficial seja enviada ao Executivo do Náutico nesta segunda-feira (28), mas que, nos bastidores, a situação já teria sido informada.
Esta reportagem enviou nota para a assessoria do clube, que, em resposta, disse desconhecer do assunto. Contudo, uma coletiva foi convocada nesta segunda-feira (28), nos Aflitos, com o presidente Bruno Becker. O assunto foi confirmado que será a SAF.
Segundo o jornalista Clauber Santana, do NE45, na última quinta-feira (24), o Náutico já estaria cogitando o final da exclusividade da negociação com o grupo de investidores, o que resultaria na possibilidade de receber novas propostas, o que deve vir a acontecer com o fim das negociações com o Consórcio Timbu.
Proposta do Consórcio Timbu previa investimento mínimo de R$ 400 milhões por 10 anos
A causa da desistência não foi informada à reportagem, mas, a julgar pela ausência de uma resposta às exigências feitas pelo Conselho Deliberativo, o entendimento é que o Consórcio Timbu concluiu que o negócio não se tornaria viável diante do que foi contraposto.
A proposta do grupo, que era encabeçada pelo ex-jogador Fransérgio Bastos e Tiago Ribeiro, ex-presidente do Estoril Praia, de Portugal, e que contava com a participação do pentacampeão mundial Cafu, previa um investimento de R$ 400 milhões ao longo de 10 anos no futebol do clube, além de outras questões envolvendo o pagamento de dívidas, reforma dos Aflitos, por exemplo.
A proposta foi bastante questionada pelo Conselho do clube, que fez as exigências que julgou necessárias para a aprovação da mesma e o andamento do processo, que ainda teria que passar por aprovação em Assembleia Geral de Sócios e Due Diligence antes da elaboração do contrato.
Dentre os pontos questionados pelo conselho, que vieram a público, estavam os seguintes:
- Impossibilidade de confirmar-se, com clareza, a capacidade financeira e de gestão por parte dos agentes envolvidos no projeto de realizar investimentos necessários.
- Receio quanto a eventuais conflitos de interesse em função do fato de os "principais investidores" atuarem no segmento de agenciamento de atletas.
- A proposta não traria previsão de investimento/aportes mínimos anuais.
- O valor de R$ 400 milhões incluiria valores gerados pelo próprio Náutico e não apenas investimento externo dos investidores.
- 39 hectares do CT seriam cedidos à SAF, o que, no entendimento do conselheiro, se caracteriza como "venda indireta".
- Não previsão de remuneração ao clube pelo uso do Estádio por parte da SAF.
- Investidores arcariam com apenas R$ 46 milhões dos passivos do clube e o valor estaria englobado nos R$ 400 milhões previstos para o futebol.
- Ausência de investidores, que ainda seriam buscados, para arcar com os custos referentes à renovação da estrutura física do clube (Aflitos, sede e CT) e não especificação de valores a serem investidos.
- A SAF estaria autorizada a captar empréstimos e gerar novas dívidas para cumprir o orçamento.